PARTE - I
1.1. - Paranoide:
A pessoa portadora desse transtorno de personalidade, na maioria dos casos, sente-se enganado e tem duvidas a respeito da lealdade dos demais, além do mais, interpretam ações ou observações como ameaças e possuem uma forte tendência a culpar os outros por seus problemas, diante dessa crença, a pessoa torna-se rancoroso e vive a preocupar-se com conspirações infundadas.
O portador desse transtorno pode interpretar acontecimentos simples e de rotina como situações humilhantes, passando a apresentar comportamento hiper-vigilante, tomando precauções contra qualquer ameaça percebida.
Isto porque, o individuo portador, acredita que outras pessoas tenham más intenções em relação a ele, o portador desenvolve a crença de que não pode confiar em ninguém.
No contexto psicanalítico, tem-se a visão de que o individuo percebe incorretamente no outro o que existe verdadeiramente em si e, em resultado, experiência menos sofrimento do que resultaria de uma visão mais realista de si mesmo e dos outros.
Isso porque, o modelo cognitivo comportamental da paranóia de Kenneth Mark Colby, professor de Psiquiatria da universidade da Califórnia que criou um programa em linguagem natural chamado de “Parry”, que simulava o pensamento de um paranóico é, se baseia na suposição de que a paranóia é, na verdade, um conjunto de estratégias que visam à minimização ou o impedimento da vergonha e da humilhação.
Partindo desse modelo, o individuo com transtorno da personalidade paranoide acredita profundamente que é inadequado, imperfeito e insuficiente. Essa suposição resulta em níveis intoleráveis de vergonha e humilhação; em situações em que considera ser objeto de ridículo, sente-se falsamente acusado ou desenvolve alguma incapacidade física.
Colby hipotetizou que, quando ocorre uma situação “humilhante, o individuo consegue aceitar a culpa e consequentes sentimentos de vergonha e humilhação, culpando outra pessoa pelo evento e afirmando ter sido maltratado.
Os indivíduos com transtorno da personalidade paranoide são percebidos pelas outras pessoas como dispostos a discussões, defensivos e relutam em se comprometer. Nesse contexto, apresentam características secundarias como a teimosia, dissimulação, hostilidade, malicia e deslealdade.
Nas intervenções recomendadas em terapias, a visão do transtorno da personalidade paranoide não é o principal foco. Trabalha-se pelo aumento do senso de auto-eficácia do cliente, melhorando suas habilidades para enfrentar a ansiedade, os problemas interpessoais e, com isso, desenvolver uma percepção real das ações e intenções dos outros.
Características:
Desconfiança nas situações interpessoais, que pode ter sua origem na resposta a experiências de traição ou engano;
Sensibilidade excessiva ligada às situações que envolvam rejeições, desprezo, contratempos e outros que se assemelhem.
1.2. - Esquizóide:
As pessoas com transtorno de personalidade esquizóide não costumam desenvolver relacionamentos íntimos ou sexuais. Isso porque, elas raramente vivenciam emoções fortes como raiva e alegria e estabelecem a crença de que não devem chegar muito perto dos outros, não se envolvendo para que as pessoas não os controlem.
Na maioria das vezes, esses indivíduos se reúnem aos demais por razões de trabalho ou de sexo; não sendo por isso, preferem manterem-se distantes. As pessoas com esse tipo de transtorno ficam ansiosas quando são forçadas a encontros íntimos e a elas não é comum demonstrar sentimentos, passando com isso a impressão de não terem sentimentos profundos e não conseguirem demonstrar afeto.
Segundo esse padrão de comportamento, não costumam desenvolver relacionamentos íntimos ou sexuais, mesmo que Platônicos. Por se afastarem das pessoas, os outros tendem a retribuir tal ação ou ignorá-los e, desta forma, há uma perda de suas poucas habilidades sociais.
Aos demais parecem lentos ou letárgicos, falando no mesmo tom de voz sem muita expressão. Levando em conta que a terapia é por natureza uma relação interpessoal, é bem provável que o individuo com transtorno da personalidade esquizóide tenha dificuldade de se relacionar ou para se envolver até mesmo em uma relação terapêutica.
Características:
Afastamento social persistente e nenhum desejo ou gosto por relacionamentos íntimos;
Ausências de relacionamentos interpessoais ou indiferença em relação a eles por acreditarem que se permitir que outros se aproximem se tornarão vulneráveis e controláveis;
Indiferença tanto a elogios quanto a criticas, sendo frios emocionalmente e distantes por se verem autos-suficientes.
1.3. - Esquizotípica:
As pessoas com esse transtorno de personalidade chamado esquizotípica se comportam e se vestem de maneira estranha, parecendo excêntrico ou muito peculiares, são sensíveis e talentosos.
Apesar da semelhança entre o transtorno da personalidade esquizóide e o transtorno da personalidade esquizotípica, esta se caracteriza pela tendência dos indivíduos em experienciar sintomas psicóticos, como acreditar ou desconfiar que as pessoas estão falando sobre eles ou têm a intenção de prejudicá-los.
Os indivíduos com esse tipo de transtorno tendem a serem individualistas, arredios, indiferentes e se distanciam socialmente. Em ambos os transtornos, podem acontecer experiências de ridicularizarão ou rejeição, levando-os a serem desconfiados.
As dificuldades em estabelecer uma relação de amizade ou a de manter um relacionamento estável, assim como no tratamento da personalidade. Neste contexto, a terapia cognitiva diminui o sofrimento e melhora a qualidade de vida desses indivíduos, o que torna o sucesso mais provável.
Características:
Esses indivíduos tendem a ter idéias e crenças bizarras, tendendo ao pensamento mágico;
Acreditando na clara vidência, na telepatia ou no sexto sentido;
Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais e sintomas psicóticos;
Pensamento voltado para o isolamento, não tendo amigos íntimos ou confidentes além dos parentes de primeiro grau.
1.4. - Borderline:
Nesse transtorno, as interações afetivas são intensas, porém carentes de organização. As pessoas com tal transtorno veem as outras a sua volta como ótimas, mas quando se recusam a servi-las, tornam-se péssimas rapidamente, passando a desconsideraras qualidades antes valorizadas.
Têm sérias dificuldades em relação a auto-imagem, aos objetos e ás preferências pessoais, inclusive as sexuais, inclusive tais pessoas ou seja, quase todas, apresentam reações e comportamentos voltados para o pensamento suicida.
Quando buscam ajuda em na terapia, as queixas são, em grande parte das vezes relacionadas aos problemas crônicos de transtorno de estresse pós-traumático, á depressão, á fobia e perturbações em relacionamentos.
Muitos indivíduos com transtornos de borderline, ainda que provido de inteligência, talento e capacidade, encontram dificuldades em se desenvolverem, outros não conseguem concluir seus estudos, não exercem atividades laborativas e, quando exercem algum tipo de trabalho, é sempre abaixo da sua capacidade.
Entre as características desses transtornos, a impulsividade em algumas áreas acaba por prejudicar a si própria, como por exemplo, os gastos excessivos, dirigir com imprudência e o comer compulsivamente.
Algumas pessoas com esse transtorno provocam ferimento em si próprio e também abusam de substancias, fazendo uso de automedicação. Os parentes e colegas de indivíduos com transtorno de personalidade sentem um peso muito grande na convivência com o mesmo.
Mesmo havendo uma crença que essas pessoas, não podem ser ajudadas, a terapia cognitiva vem provar que o transtorno pode ser mais efetivo nesse transtorno, modificando a desconfiança interpessoal, encorajando o individuo a se desenvolver interesses e capacidades verdadeiras.
Dado o exposto, convém ressaltar a necessidade que outros estudos sejam desenvolvidos a fim de facilitar novas abordagens de psicoterapia, capazes de favorecer os indivíduos com esses transtornos da personalidade para que possam se reestruturar, realizar mudanças de comportamento necessárias para o beneficio próprio, das pessoas que lidam com esses indivíduos e da sociedade como um todo.
Características:
Pessoas com tal transtorno são intensamente instáveis emocionalmente, oscilando em curtos períodos de grande paixão ou amizade para ódio e rancor intensos;
Impulsivas;
Cautelosas;
Acusam e contra-atacam;
Fazem esforços incríveis para evitar abandono.
1.5 - Anti-social:
Na maior parte dos casos, os indivíduos com esse transtorno têm uma historia de transtorno de conduta na adolescência e um padrão irresponsável e socialmente ameaçador de comportamento, que persiste na idade adulta, sendo muitas vezes encontrados em penitenciarias ou em instituições correcionais.
A motivação para a procura de tratamento vem de uma força externa que os pressiona a mudar. Quase sempre essa força se concentra na pessoa da família, da empresa onde trabalha , dos professores e até mesmo do sistema judiciário. São essas pessoas ou instituições que insistem para que esses indivíduos busquem o devido tratamento para lidar com o seu comportamento, visto como inaceitável, ou com as dificuldades de relacionamentos interpessoais.
Os tribunais oferecem ao antissocial a escolha entre fazer o acompanhamento psicoterapêutico ou sujeitar-se a detenção. Na grande maioria das vezes a opção escolhida e a de psicoterapia fato este que está vinculado a liberdade condicional á frequência ao atendimento terapêutico.
Percebe-se ainda que, na maioria dos casos em que o individuo com transtorno de personalidade antissocial procura voluntariamente por atendimento, é com o único objetivo de obter prescrição para utilização de substancias controlada.
Alguns pesquisadores destacam a possibilidade de tratamento do transtorno da personalidade antissocial, uma vez que na idéia psicanalítica, o envolvimento da psicoterapia requer um superego, e o individuo com esse transtorno é intratável porque não tem empatia e não aceita regras e normas.
No entanto, a principal diferença entre os outros transtornos e o transtorno da personalidade antissocial é que este é o único que não pode ser diagnosticado na infância. Além disso, se faz necessário ainda um diagnostico anterior de transtorno da conduta.
Com o tratamento, as melhoras do comportamento social trazem benefícios que auxiliam no processo que estabiliza o individuo e gera, na mesma proporção, bem-estar para as pessoas com as quais convive e para sociedade como um todo.
Antes de falar sobre esse tipo de transtorno da personalidade convém esclarecer que os termos Sociopata, Psicopata, Personalidade Psicopática, Personalidade Anti-social ou Dissocial são considerados sinônimos. O DSM.IV chama esses casos de Personalidades Anti-sociais e a CID.10 de Personalidades Dissociais.
A característica essencial desse transtorno da personalidade é uma inclinação natural e persistente de desrespeito e violação aos direitos dos outros, iniciando-se na infância ou começo da adolescência e continuando indefinidamente na idade adulta. O engodo e a manipulação são aspectos centrais desse transtorno da personalidade e, além da violação dos direitos básicos ou sentimentos dos outros, também há contravenção de normas ou regras sociais importantes.
Na prática essas pessoas podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. Há também um padrão de impulsividade e explosividade com tendência à irritabilidade e/ou agressividade. Também se observa um fracasso em planejar o futuro, sendo as decisões tomadas ao sabor do momento, de maneira impensada e sem considerar as conseqüências para si mesmo ou para outros.
As características mais marcantes e causadoras de maior impacto social são as seguintes:
a) - Sedução e manipulação. Embora não seja uma regra absoluta os psicopatas serem encantadores, é expressivo o grupo deles que utilizam o encanto pessoal e a capacidade de manipulação de pessoas como meio de sobrevivência social. Através do encanto superficial o psicopata acaba usando as pessoas certas e na medida de suas utilidades, descartando-as depois.
b) - Mentiras sistemáticas e comportamento fantasioso. A personalidade anti-social utiliza a mentira como ferramenta de trabalho. Normalmente a pessoa com esse transtorno está tão habilitada e habituada a mentir que é difícil perceber quando mente. Ela é capaz de mentir olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada. Essa frieza ao mentir é a responsável pela sistemática capacidade para ludibriar as máquinas detectoras de mentira.
c) - Ausência de Sentimentos Afetuosos. Desde criança se observa na pessoa psicopata um acentuado desapego aos sentimentos e um caráter marcado pelo fingimento. A pessoa sociopata não manifesta nenhuma sensibilidade por nada, normalmente mantendo-se indiferente. Elas têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros, mas, por outro lado, podem fingir magistralmente esses sentimentos quando socialmente desejável.
d) – Amoralidade. Os psicopatas têm grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente juízo e consciência morais, bem como noção de ética.
e) – Impulsividade e Incorrigibilidade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e crimes. A pessoa psicopata nunca aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da correção, mas podem disfarçar durante algum tempo seu caráter torpe e anti-social.
f) - Falta de Adaptação Social. Desde criança a pessoa anti-social manifesta certa crueldade e tendência a atividades delituosas, como por exemplo, o maltrato aos animais, às pessoas mais novas, mentiras continuadas, fugas, etc. A adaptação interpessoal também fica comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e egoísmo. Transtornos da Personalidade, PsiqWeb, internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2009.
Características:
Esses indivíduos, são incapazes de uma interação afetiva verdadeira e amorosa, por enxergarem-se como vitimas de maus-tratos pela sociedade e, por isso, justificam vitimizarem os outros;
Culpam os outros ou se defendem com raciocínios lógicos pouco prováveis, desrespeitam os demais e não se conformam com as normas impostas pela sociedade;
Procuram sempre levar vantagem, valendo-se da total ausência de remorsos, ainda que digam sentir, assim o fazem visando apenas á obtenção de vantagens;
Não tem capacidade de manter vínculos profundos e duradouros, embora estabeleçam relacionamentos com facilidade;
Não se ajustam as leis do Estado e por isso frequentemente têm problemas legais e criminais.
PARTE – II
Os Transtornos mentais divididos por Grupo
A melhor maneira de definir “distúrbio ou o Transtorno” é caracterizá-lo como deficiência psicológica com repercussão na área emocional e interpessoal. Este termo caracteriza uma faixa que vai desde formas neuróticas leves até a loucura, na plenitude do seu termo. "Normal" seria aquela personalidade com capacidade de viver eficientemente, manter um relacionamento duradouro e emocionalmente satisfatório com outras pessoas, trabalhar produtivamente, repousar e divertir-se, ser capaz de julgar realisticamente suas falhas e qualidades, aceitando-as.
A falha de uma ou outra dessas características pode indicar a presença de uma deficiência psicológica ou “distúrbio” mental.
Os Transtornos mentais se divide em 3 grupos básicos:
2.1. - As Neuroses
É a existência de tensão excessiva e prolongada, de conflito persistente ou de uma necessidade longamente frustrada, é sinal de que na pessoa se instalou um estado neurótico. A neurose determina uma modificação, mas não uma desestruturação da personalidade e muito menos de perda de valores da realidade. Costuma-se catalogar os sintomas neuróticos em certas categorias, como:
a) Ansiedade - a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e persistente de intensa angústia sem causa objetiva. Alguns sintomas são: palpitações do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas. Há uma exagerada e ansiosa preocupação por si mesmo.
b) Fobias – uma área da personalidade passa a ser possuída por respostas de medo e ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de que já existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão, preocupação, excitação e desorganização do comportamento. Na reação fóbica, o medo se restringe a uma classe limitada de estímulos. Verifica-se a associação do medo a certos objetos, animais ou situações.
c) Obsessiva-Compulsiva: A Obsessão é um termo que se refere a idéias que se impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente controlável. A compulsão refere-se a impulsos que levam à ação. Está intimamente ligada a uma desordem psicológica chamada transtorno obsessivo-compulsivo.
2.2. - As Psicoses
O psicótico pode encontrar-se ora em estado de depressão, ora em estado de extrema euforia e agitação. Em dado momento age de um modo e em outro se comporta de maneira totalmente diferente. Houve uma desestruturação da sua personalidade. O dado clínico para se aferir à psicose é a alteração dos juízos da realidade.
O psicótico passa a perceber a realidade de maneira diferente. Por isso, faz afirmações e tem percepções não apoiadas nem justificadas pelos dados e situações reais. Nas psicoses, além da alteração do comportamento, são comuns alucinações (ouvir vozes, ter visões e delírios). Pode ser possuído por intensas fantasias de grandeza ou perseguição. Pode sentir-se vítima de uma conspiração assim como se julgar milionário, um ser divino, etc. As Psicoses se manifestam como:
a) Esquizofrenia - apatia emocional, carência de ambições, desorganização geral da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e sociais. pensamento desorganizado, afeto superficial e inapropriado, riso insólito, bobice, infantilidade, hipocondria, delírios e alucinações transitórias.
b) Maníaca-depressiva – caracteriza-se por perturbações psíquicas duradouras e intensas, decorrentes de uma perda ou de situações externas traumáticas. O estado maníaco pode ser leve ou agudo. É assinalado por atividade e excitamento. Os maníacos são cheios de energia, inquietos, barulhentos, falam alto e têm idéias bizarras, uma após outra. O estado depressivo, ao contrário, caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus sintomas são: pesar, tristeza, desânimo, falta de ação, crises de choro, perda de interesse pelo trabalho, por amigos e família, bem como por suas distrações habituais. Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite, perde o apetite, pode ficar um tanto irritado e muito preocupado.
c) Paranóia – caracteriza-se sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante. As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos. É agressivo, egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é incapaz de solicitar carinho. Não confia em ninguém.
d) Psicose alcoólica – é habitualmente marcada por violenta intranqüilidade, acompanhada de alucinações de uma natureza aterradora.
e) Arteriosclerose Cerebral – evolui de um modo semelhante a demência senil. O endurecimento dos vasos cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação sangüínea, as quais são causa de que partes isoladas do cérebro estejam mal abastecidas de sangue. Os sintomas são, formigamento nos braços e pernas, paralisias mais ou menos acentuadas, zumbidos no ouvido, transtorno de visão, perturbações da linguagem em forma de lentidão ou dificuldade da fala.
2.3. As Psicopatias
Os psicopatas não estruturam determinadas dimensões da personalidade, verificando-se uma espécie de falha na própria construção. Os principais sintomas das psicopatias são: Diminuição ou ausência da consciência moral. O certo e o errado; o permitido e o proibido não fazem sentido para eles. Desta maneira, simular, dissimular, enganar, roubar, assaltar, matar, não causam sentimentos de repulsa e remorso, em suas consciências.
O único valor para eles é seus interesses egoístas: Inexistência de alucinações; ausência de manifestações neuróticas; falta de confiança; Busca de estimulações fortes; Incapacidade de adiar satisfações; Não toleram um esforço rotineiro e não sabem lutar por um objetivo distante; Não aprendem com os próprios erros, pelo fato de não reconhecerem estes erros; Em geral, têm bom nível de inteligência e baixa capacidade afetiva; Parecem incapazes de se envolver emocionalmente. Não entendem o que seja socialmente produtivo.
Uma breve Avaliação da teoria
A teoria freudiana é a mais influente das teorias do desenvolvimento da personalidade e dos transtornos mentais. Ela influenciou grande parte do pensamento psicoterapêutico durante todo o século XX. Seus principais pontos fortes são:
Nº1 - A introdução de novos processos psíquicos, como o inconsciente, a sexualidade infantil, id, ego e superego, além de acentuar a importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento do indivíduo e a ênfase no desenvolvimento emocional da criança, ao contrário de outras teorias que enfatizam somente o desenvolvimento cognitivo.
A teoria freudiana procura explicar porque os seres humanos não se comportam sempre de maneira lógica e como o conteúdo do pensamento abranje mais do que a pesquisa cognitiva costuma estudar.
Problemas Metodológicos com Relação à Coleta dos Dados:
Nº2 - O uso dos métodos próprios da psicanálise exige que o pesquisador seja ele mesmo um psicanalista. A longa formação exigida para isso provoca, por um lado, problemas práticos (ex. custo) e também problemas com relação à imparcialidade da pesquisa, uma vez que após a longa formação psicanalítica um pesquisador dificilmente poderá ser imparcial.
As sessões psicoterapêuticas de Freud, com base nas quais suas teorias foram desenvolvidas, não foram gravadas, mas reconstruídas de memória, às vezes imediatamente depois das sessões, às vezes apenas horas mais tarde; dessa forma suas anotações podem ser vítimas das distorções típicas da memória (ex. se lembrar apenas de fatos que se enquadram na teoria); um problema similar se refere a basear teorias sobre a infância em lembranças de adultos.
Nº3 – outro fato se refere às questões metodológicas com relação à possibilidade de comprovação da teoria: os conceitos freudianos são de difícil definição e operacionalização. Isso quer dizer que um mesmo comportamento observável pode ser explicado por diferentes processos psíquicos e vice-versa, o que dificulta a realização de um exame empírico de tais conceitos.
Nº4 - a ênfase excessiva da sexualidade infantil. Apesar de ter sido a primeira a chamar a atenção para essa face até então desconhecida do desenvolvimento humano, deixou de lado muitas outras faces, como a influência social.
Assim, Malinowski encontrou entre os povos de Papua, Nova Guiné por ele pesquisado, poucos indícios do complexo de Édipo, tal como descrito por Freud. Ligado a esse problema se encontra outro, ligado à estrutura tautológica com que a teoria freudiana muitas vezes se reveste: criticas à teoria são, por vezes, vistas como formas de repressão dos conteúdos inconscientes.
No entanto, a pessoa concorda com a teoria, ela pode está reprimindo algum conteúdo inconsciente, o que comprova a teoria. O Importante é observar que, apesar dos problemas e das críticas, a teoria freudiana abriu caminho a muitas e frutíferas linhas de pesquisa posterior.
2.4. Conclusão
Os Desafios de quem tem Transtornos de Personalidade são muitos, as características que os acompanham podem prejudicar severamente no campo das relações com o próximo, em muitos casos acabam por dificultar a adaptação do individuo ao meio, pelo fato dos mesmos não aceitar mudanças ou seja, a maioria dos portadores de transtorno da personalidade apresentam dificuldades em se adequar ao novo, principalmente quando vem em tom de imposição.
Segundo a psicoterapeuta Andrea Calçada, autora da obra o outro lado da história, a mesma escreveu um artigo na revista saúde mental, que os profissionais que trabalham com saúde mental em especial os psicoterapia, lidam com pacientes cuja evolução e melhora transcorre de forma simples e objetiva.
São pacientes que apresentam facilidade em acessar sentimentos e pensamentos, identificam seus problemas, são motivados para mudança, colaborando no relacionamento com o terapeuta, e que pela análise empírica, que pode atender um discurso lógico e experimentação na relação terapêutica alcançam os objetivos que os levam à procura ajuda.
Por outro lado, os profissionais da área da saúde mental se deparam com pacientes que, de forma diferente, buscam ajuda, porém em função de padrões inflexíveis e duradouros apresentam dificuldade adaptativa e círculos viciosos que comprometem a melhora para padrões mais saudáveis de interação com o meio.
Elizeu C. Melo