domingo, 26 de julho de 2015

A solidão não é de todo ruim



Muitas pessoas temem por demais a solidão,  isso se deve ao fato de que a solidão estar presente em nossas mentes, e em muitos casos, o pavor nos assombra por razões infundadas. Isso porque, a solidão esta diretamente ligada ao sofrimento que estamos passando e o que sentimos. Em outras palavras, por mais que uma relação seja conturbada, quando nos separamos, de certa forma, sentimos a falta do outro, pois o outro faz ou fez parte de nossas vidas, e temos dificuldades de digerir determinadas situações.

O outro fato que deixa as pessoas imensamente preocupadas e a ideia de ficar só.  Pois isso, mexe diretamente com a parte egocêntrica da pessoa, pois, fere o orgulho. O que para a sociedade isso pode ser interpretado como incompetência, pois para a sociedade ou para a própria pessoa, um divorcio pode se um indício de fracasso conjugal, e dai pode vir o medo de ficar só.  Ate porque, ainda hoje existe um adagio popular associado as mulheres, pois eram chamadas de “solteironas”. Esses, entre outros, eram estigmas próprios das que ficavam sozinhas.

Mas, e claro que nos dias hodiernos, quase  não existem estigmas que marcam os que estão sós, não só pelo fato das pessoas estarem mais esclarecidas, mas porque a maior parte das mulheres ainda preferem ser divorciada do que solteira.

Os homens do passado,  muito pouco competentes para viverem sozinhos, hoje sabem se virar muito bem na cozinha, até porque o microonda mudou totalmente a qualidade de vida de muita gente. As mudanças são dramáticas e estão  acontecendo de forma acelerada, de modo que não espanta muita gente, ainda não consigo ver a condição de solidão como algo triste, e eventualmente muito mais gratificante do que o convívio forçado, com pessoas com as quais não temos muita afinidade.

E claro que, na realidade, a melhora da qualidade de vida das pessoas solteiras, livres inclusive para terem prazeres eróticos sem as limitações próprias dos elos sentimentais, o casamento tenderá a desaparecer? dentro desse contexto, cabe uma pergunta: poderá essa instituição milenar competir em termos de geração de felicidade com a adorável vida que levam os solteiros?

Estamos vivendo uma transição, substanciada pelos ditos populares: deixamos de lado a metáfora da “tampa e a panela” e agora falamos em “almas gêmeas”. Isso pressupõe maiores afinidades, semelhanças de caráter, gostos e interesses. Afinidades maiores tornam o convívio mais fácil. Em outras palavras, o convívio entre pessoas afins determina a possibilidade de uma síntese, de uma aproximação entre a qualidade de vida dos casais e dos que vivem sozinhos.

Assim, acho que chegaremos a um mundo novo, onde os casamentos existirão sim, mas serão muito mais respeitosos da individualidade das pessoas. É como se a qualidade de vida das pessoas solteiras se transformasse em nota de corte: os casamentos que forem de qualidade inferior à vida dos solitários tenderão a desaparecer.